A reprodutibilidade técnica como um método de preservação da Arte Digital

Resumo

Introdução: Este trabalho é parte das discussões teóricas do Laboratório de Poéticas Fronteiriças (LABFRONT - UEMG/CNPq), grupo de pesquisa, desenvolvimento e inovação que se propõe problematizar as/nas fronteiras. Objetivo: Refletir como podemos entender a reprodutibilidade técnica da obra de arte (Benjamin, 1985) como forma de preservar a memória e a integralidade das artes digitais. Metodologia: Pesquisa bibliográfica sobre a preservação integral de obras de arte digital. Resultados: Ao serem desenvolvidas com recursos das indústrias, as obras digitais adquirem características como efemeridade, volatilidade e instabilidade, o que exige a preservação contínua das obras desde a conclusão de sua produção, provocando constante recriação (Gobira, 2014). Assim, os artistas precisam documentar o processo de criação e recepção das obras, bem como preservar os hardwares e softwares utilizados para garantir o funcionamento e a conservação completa (Gobira, 2016). Desta maneira, as obras digitais só são integralmente preservadas quando a preservação digital vai além da documentação e mantém sua dimensão estética através do funcionamento da obra. Conclusão: a reprodutibilidade técnica da obra, ao expandir seu "aqui e agora" na perspectiva de Walter Benjamin (1985), permite sua perpetuação ao longo do tempo por meio da atualização dos recursos industriais na recriação da obra durante a preservação. Como boa parte das artes digitais depende da interatividade para funcionar, a reprodutibilidade técnica, por meio da ativação do público, também preserva a memória e integridade da obra, pois sua exposição garante não só o funcionamento contínuo, mas também a perpetuação de sua memória devido ao seu valor de exposição.